quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Passos dados, caminho iniciado


Começo essa postagem agradecendo.
Amigos, artistas, equipe de produção, oficineiros, família, participantes, público, Banco do Nordeste, assistentes, cozinheiras, motoristas, decoradores, divulgação, espaços... sem citar nomes quero agradecer a todas as pessoas por trás das palavras agora dispostas. Sem eles não haveria Furdunço nenhum.
Sigo reconhecendo o atrevimento que é trabalhar cultura popular em uma região que ainda não tem tradição em movimento cultural. Refiro-me ao movimento social, da população organizada, em prol de ações surtidas e consolidadas na área de cultura. Já havíamos tentado realizar esse evento antes, no ano de 2010, mas não foi possível ter apoio suficiente para arcar com todo esse trabalho e, ao mesmo tempo, conseguir estar livres nas escolhas a tomar e nos espaços que pensamos ocupar. Como resultado de um movimento cultural nacional temos hoje no Brasil políticas públicas que permitem a descentralização e o acesso a formas de patrocínio de ações dentro da área cultural, ainda reconhecendo suas falhas e a necessidade de tornar esse acesso perene e as ações, continuadas. O que nos falta agora é apropriarnos dessas possibilidades e torná-las locais.
O Furdunço tratou de chamar atenção para a existência de uma cultura popular no Potengi, de uma identidade local que permite desenvolvimento das pessoas que a fazem, sempre na condição de que essas pessoas se juntem reivindicando tratamento respeituoso e profissional à categoria artística.
Reconhecemos as falhas de nosso evento, de estrutura física, da escolha da época de sua execução, da necessidade de trabalhar e cuidar mais ao público. Reconhecemos com a mesma intensidade a validez da iniciativa. O que queremos colocar no palco é a semente de ter uma rede viva que mobilize ações para o desenvolvimento cultural local, sem fronteiras de faixa etária, de condição social ou outras limitantes. Entendemos e valorizamos a cultura por si mesma, no seu fazer cotidiano.
A noção de desenvolvimento local muito comumente é diminuída aos campos da economia e do associativismo. Como muito se aproxima da educação, mas excluir disso a cultura é como tirar a alma de um corpo, fazer com que ele se esvazie de sentido. Um jovem conhecer gente que toca sanfona ou faz cantoria há 60 anos ou mais ou um velho ver meninos embolando coco ainda de "calça curta" é um prazer indescritível. É ver o crescimento e a consolidação de raízes. É por isso que estamos decididos a seguir com esse projeto, torná-lo mais estruturado, e que permita um alcance e prestígio maior para a cultura do Potengi. Na medida que nos permitam o tamanho de nossos braços e pernas, queremos ir além.
Agradecemos mais uma vez o apoio e incentivo da nossa equipe, do nosso público e de quem se aproximou para elogiar essa iniciativa. Contamos com vocês para a próxima edição e esperamos fazer um Furdunço muito maior! Muito gratos!
Grupo ProcurArte

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