sábado, 20 de março de 2010

II Conferência Nacional de Cultura – Algumas Reflexões

A II Conferência Nacional de Cultura ocorrida entre os dias 11 e 14 de março de 2010 em Brasília no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21 teve como tema “Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento”. Existiu como um espaço plural de manifestações políticas e artísticas de toda sorte, um espaço de afirmação de posturas, presenças, origens, imagens, pensamentos, ideologias. Deu-se igualmente como um espaço de conflitos entre as tão diferentes formas de se representar e de se barganhar/disputar/reivindicar espaços de poder político e social.
O público deste evento esteve formado por representantes do poder público e do poder civil de todos os estados brasileiros que, de alguma maneira, interagiam com o tema da cultura no Brasil contemporâneo. Além dos estados, houve uma clara conformação de grupos que se complexificou a partir de associações de gênero, de opção sexual, de origem étnico-racial, de vertente religiosa, de setor de cultura e assim por diante. A partir disso foi possível visualizar uma das grandes diretrizes do atual Governo brasileiro, aquela que se relaciona com o caráter de diversidade que marca a nação brasileira em diversos aspectos sendo a cultura aquele que foi realçado neste momento. Uma das afirmações mais comuns na II CNC é que nunca neste país houve uma participação popular tão intensa no processo de produção e implementação das Políticas Públicas e, certamente, nunca houve época tão feliz para se pensar Políticas de diversidade. No entanto é preciso estar claro de que a implementação de uma Politica Nacional de Cultura não se dá em uma semana de encontros político-lúdicos na capital do país. É necessário, antes, que todos os delegados e delegadas bem como os convidados e observadores se deem conta da urgência da implementação de uma militância na área de cultura em suas comunidades, seus municípios e seus estados para, a partir de uma ação articulada, podermos cobrar e fiscalizar as ações públicas, propostas por nós delegados nas 32 prioridades da II CNC que nortearão a nossa Política Nacional.
Cada artista-militante deve ter em conta que a cultura hoje no Brasil foi alçada ao campo dos direitos dos cidadãos sob forma de Política Pública e que entra definitivamente na agenda política do país. Deixa de ser um palco escancarado de 'doações caridosas' ou de 'sujas esmolas' e deve igualmente deixar o artista de considerar-se em lugar subsidiário, ele e sua arte, e, ao invés de pedir ajudas, reivindicar direitos que lhes são oferecidos legalmente, constitucionalmente. Deve o artista não calar-se, ou calar-se se sua arte estiver na voz, e como disse o poeta Hugo de Tal de Santa Cruz (RN), os artistas juntos devem fazer greve e entristecer o povo para verem se assim sua arte será valorizada. Devemos todos e todas testar os limites da nossa democracia, considerações essas possíveis a partir da vivência da II CNC. Para o artista, arte e Política Pública! Não se deve aceitar nem esmolas sob sorrisos bonitos nem polícia sob armaduras sórdidas. Agora, de fato, as vozes só se tornarão altas quando todos falarem. Minha voz está no mundo. Quem vem?

Stéphanie Campos – Delegada da Sociedade Civil
Procurarte
São Paulo do Potengi



Interações Livres na II Conferência Nacional de Cultura

RN (Novas parcerias e amizades):
Ked – Oficina das Artes
Clézia Da Rocha Barreto – Mossoró
Marcos Antonio Da Silva – Ponto de Cultura Arte Viva – Santa Cruz
Marcos Antonio Bezerra Cavalcanti – Santa Cruz
Gláucio Teixeira Da Câmara – Pedubreu – São Gonçalo do Amarante
Sephora Maria Alves Bezerra – São Gonçalo do Amarante
Sânzia Maria Silva De Souza
Ivani Machado Bezerra Dos Santos – São Gonçalo do Amarante
Stéphanie Campos – Procurarte – São Paulo do Potengi
Vandilma Maria De Oliveira - Parnamirim
João Batista Da Silva – (João da Banda)
Joildo Alexandre Dos Santos
Francisco Navegantes Silvino Nicácio – Ceará Mirim
Carlos Alexandre – São José de Campestre

Entidades, Grupos, manifestações legais (ambiguamente falando):
I Forum de Biodiversidade das Américas
Conselhos de Cultura
Fundações de Cultura
Revista Palmares
Secretaria da identidade e da diversidade cultural – Minc
Ibram
CEPEC – Centro de estudo e pesquisa do cangaço
Banco da Amazônia
Ministério da Ciência e da tecnologia
APEC – circo inclusão cultural
Cultura Hip Hop
Grupo Uirapuru – Orquestra de Barro
Forum Nacional de Direiro Autoral
Associação dos amigos de museus
Dança de Salão – Brasília
Grupo Farroupilha
Espetáculo Via Sacra – São Luís – Maranhão
Sagarana – Arinos – Minas Gerais
Centro Cultural Scar
Lei da cultura
Arquivo geral da cidade do Rio de Janeiro
Politica nacional de museus

Contatos políticos-pessoais (enriquecimento da cultura subjetiva):
Kabengela Munanga
Coco de Umbigada
Carimbó
Unidades federativas brasileiras
Literatura: Adão Salvador – Alma Desnuda
Jornal Comunitário O Timoreiro – Caravelas – BA
FUNARBE
Movimento de moda
Moda Afro – Moda alternativa
Movimento de religiosos de matriz africana
Militância negra
Circos e palhaços
Conselho Nacional da SEPPIR
Fundação Palmares
.gov diversos
Januário Garcia
Chico César
Beti de Oxum
Maria Aparecida
Pandeiros e palmas
Movimento dos Povos Indígenas
Congadeiros
Cantores
Produtores
Movimento estudantil

Um comentário:

  1. Feliz fico em saber que depois de tanto tempo de militancia e cara nas portas, finalmente, a cultura parece estar criando um rumo justo e merecido. Mais feliz ainda, por ter participado como então diretor de cultura do Mun. de São Paulo do Potengi, da ralização da I CONFERENCIA MUNICIPAL DE CULTURA, de onde retiramos uma delegada tão competente e enganjada com a causa, esta que posteriormetne foi à Brasilia represetnar o municipio na II Conferencia Nacional de Cultura, Srta. Stephany Campos. Os governantes passam, os dias também passam, mas a historia contada permanece. E essa conferência é historia. Apartir dela, São Paulo do Potengi saiu dos muros e das argolas que o prendia nos limites de seu teritorio e agora começa a vislumbrar um vôo maior e abrangente. Parabéns a todos que fazem cultura, e muito obrigado ao mestre Esmerino Cassimiro, que até hoje, já passando dos seus valiosos 70 anos, luta com suas forças quase limitads, para manter vivo o nosso BOI DE REIS. E como dizemos no teatro "merd" para todos nós.
    Rosinaldo Luna.

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